Luís Vaz de CamõesCamões deve ter nascido em 1524 ou 1525, em Lisboa. Era filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá. Pensa-se que estudou em Coimbra, embora não haja qualquer documento que diga que frequentou a universidade. Quanto à sua situação social, era um fidalgo 1 da pequena nobreza.
Sabe-se que antes de 1550 esteve em Lisboa, altura em que se conhece alguns desterros 2 que terá sofrido por amores e outras razões. Sobre um desses desterros há os seguintes dados: esteve em Ceuta onde perdeu um dos olhos em combate.
De regresso a Lisboa, contacta com dois meios muito diferentes: participa nos serões do Paço 3, relacionando-se com fidalgos de alta linhagem 4 e com algumas das principais damas da Corte; por outro lado, entrega-se a uma vida de boémia 5, fazendo parte de bandos de brigões 6 e colaborando em rixas 7 violentas. Não se lhe conhece profissão ou modo de vida.
Em 1553 parte para a Índia, prestando serviço militar durante 3 anos e participa em importantes expedições 8 guerreiras.
Durante toda a sua vida acumulou dívidas e passou dificuldades. Alguns bens que obteve, perdeu-os no naufrágio que sofreu de regresso à Índia, conseguindo salvar-se bem como o manuscrito Os Lusíadas.
Em 1572, este poema épico 9 é conhecido e por ele passa a receber uma tença 10 de 15000 réis anuais, paga a sua mãe depois da morte do poeta. Porém, os últimos tempos da sua vida ficaram na tradição como de miséria e abandono.
Quando morreu, em 10 de Junho de 1580, D. Gonçalo Coutinho mandou colocar uma lápide 11 na sua sepultura com a seguinte inscrição: “Aqui jaz 12 Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu”.
Sobre a sua bibliografia 13, para além d’Os Lusíadas, Camões escreveu as peças de teatro Anfitriões, El-Rei Seleuco e Filodemo, e muitos textos líricos 14 (sonetos, vilancetes, cantigas, esparsas, etc).
Luís Vaz de Camões encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e o dia da sua morte é comemorado como Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas.
1- pessoa da nobreza
2- exílio; expulsão da pátria ou da terra onde se vive
3- festas do palácio real
4- nobres famílias
5- vida de festas, bebidas e mulheres
6- pessoas que andam sempre a brigar, lutar
7- brigas, lutas
8- viagens de exploração a regiões distantes
9- que celebra as acções extraordinárias e heróicas de uma pessoa ou de um povo
10- espécie de ordenado que havia naquela altura, como recompensa por um trabalho
11- pedra que se coloca num túmulo (sepultura)
12- verbo jazer: estar sepultado
13- lista de obras escritas por um autor
14- poemas
Trabalho realizado pela aluna Mafalda Raposo
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